Hae Ryung, a Historiadora (2019)

Aproveitando essa quarentena, resolvi escolher um drama para assistir e Hae Ryung, a historiadora me veio como uma grata surpresa. Eu estava entediada, enquanto zapeava pela Netflix, quando encontrei esse k-drama, depois de ver o trailer, me apaixonei logo de cara e resolvi trazer essa sugestão para vocês também maratonarem... [Pode conter spoilers]


Título Original: 신입사관 구해령 (Shinibsagwan Goohaeryung)

Criação: Kim Ho-Soo

País de Origem: Coreia do Sul

Gênero: Comédia, Drama, Romance, Sageuk

Duração: 20 episódios - 60 min

Ano de Lançamento: 2019

A história se passa na era Joseon. Goo Hae-Ryung (Shin Se-Kyung) é uma jovem de 26 anos que passou da idade de casar e, apesar de manter-se resistente a isso, ela precisa lidar com as leis rígidas de seu país, que não permite que mulheres não se casem. Entretanto, quando surge a oportunidade de ser uma oficial do governo, Hae-Ryung não perde a chance e se inscreve para ser historiadora. Como historiadora, ela não só terá grandes responsabilidades como ficará mais perto de Yi Rim, o enclausurado príncipe Dowon (Cha Eun-Woo).

A história se passa durante a era Joseon, mais especificamente, durante o século XIX. Hae Ryung é uma moça bastante inteligente e bastante peculiar. Apesar de, para nós ocidentais, ser um pouco clichê o tipo de personagem que a Hae Ryung representa, devemos levar em consideração que, na Coreia do Sul, ela representa uma personagem bastante progressista, além de feminista. O que faz a Hae Ryung ser diferente das demais mulheres? Ela não quer casar e tem o desejo de viver a vida conforme suas escolhas. E isso é o que me fez gostar imensamente desse k-drama, pelo fato de a protagonista ser independente, ávida por conhecimento e bastante perspicaz.

Seu irmão mais velho, Goo Jae-Kyung (Kong Jung-Hwan), sempre cuidou dela desde criança, quando ambos perderam o pai. Vale salientar que por trás dessa história tem um segredo e esse segredo é o que vai fazer com que a história de Hae Ryung se cruze com a do príncipe Dowon. Enquanto Hae Ryung pode viver "livremente" a sua vida, há meio que uma inversão de papéis, embora seja o príncipe, Yi Rim vive enclausurado sempre à espera da amada. Além disso, ele é sensível, cortês, mas não sabe lidar com pessoas por nunca ter tido contato com elas fora do palácio. Mesmo vivendo a vida toda em Nokseodang, ele almeja conhecer o mundo e é por isso que passa a escrever romances anonimamente, adotando o pseudônimo de Maehwa.

Mas nem só de romance vive Hae Ryung, ela carrega uma grande responsabilidade como uma das historiadoras do reino, tendo a função de registrar tudo o que acontece dentro do palácio, desde os assuntos políticos até a vida privada dos membros da realeza. Sua função é tão importante que ela, em vários momentos, precisa proteger com unhas e dentes o seu registro histórico. Mas apesar de os historiadores terem que registrar tudo o que acontece em Joseon, eles devem ser totalmente imparciais, o que torna a tarefa ainda mais difícil. E Hae Ryung tem um longo caminho a percorrer.

O que eu mais gosto em histórias de época é que elas são cheias de tramas e subtramas. Tudo começa a mudar em Joseon, quando o rei decreta que alguns livros sejam banidos, especificamente A história de Ho Dam. O rei decreta o banimento desse livro, porque ele conta a história do rei deposto, ou seja, do rei legítimo do trono. É a partir daí que a trama vai se desenrolando e todas as peças vão se encaixando, até que a verdade venha à tona. O drama tem 40 episódios de 35 minutos mais ou menos, mas se você assistir na Netflix como eu, vai ver que só tem 20 episódios de 1h mais ou menos de duração. Pode parecer muito, mas entendam, sageuk contam histórias de época e elas costumam ser muito mais elaboradas e complexas, precisando de mais episódios para que a história seja contada e continue fazendo sentido.

Hae Ryung é o primeiro sageuk completo ao qual eu assisto. E eu nem preciso dizer que amei. A atuação da Se Kyung é maravilhosa, não só a dela como a das atrizes que fizeram as outras historiadoras, me diverti bastante com as aprendizes Oh In Im (Lee Ye Rim) e Heo Ah Ran (Jang Yoo Bin). Entretanto, a Kim Yeo Jin, no papel da rainha-mãe, foi muito diva. Ela era muito fodona! Além da rainha-mãe, o príncipe herdeiro, Yi Jin (Park Ki Woong), também foi um personagem muito importante no drama. Outro personagem que também gostei muito foi o Min U-Won (Lee Ji Hoon), sempre correto, íntegro e honesto, apesar de parecer frio e distante, ele era muito bom em perceber a fragilidade do outro e em ajudar.

Vale salientar que existem vários detalhes na história que precisam ser comentados. Hae Ryung é uma personagem à frente de seu tempo, sua ousadia não é arrogante, ela defende a verdade em que acredita e isso é o que a faz ser tão cativante. No início, Yi Rim parece sem jeito e ingênuo, mas ele vai se mostrando cada vez mais um príncipe sábio e capaz de agir corretamente diante de uma situação difícil (refiro-me ao episódio da epidemia de varíola). Além disso, embora também seja um romance, não há necessidade de um casamento, assim como não existem vilões que queiram separar os protagonistas, mas se alguém citar o 2º Conselheiro, sim, ele poderia ser visto como um vilão, mas o reino foi tomado por uma traição e a trama vai além de apenas um romance, o que me fez gostar ainda mais desse k-drama. Fiquei muito feliz em conhecer essa história e eu super recomendo que vocês assistam a esse sageuk maravilhoso. [Disponível na Netflix].

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐


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