Além dos dramas médicos, eu também sou fissurada em dramas policiais. Sendo assim, não teria como deixar de falar sobre mais uma novidade da Netflix, a série nórdica, Os Assassinatos de Åre, uma ótima pedida para quem curte o gênero ou quer conhecer um pouco sobre ele, mas não quer encarar temporadas longas e sombrias.
Título Original: Åremorden
Criação: Jimmy Lindgren & Karin Gidfors
País de Origem: Suécia
Gênero: Drama Policial
Duração: 5 episódios - 35-57 min
Ano de Lançamento: 2025
Antes de mais nada, Os Assassinatos de Åre não é baseada em fatos, mas na série de livros da advogada e escritora sueca Viveca Sten. Sendo assim, os três primeiros episódios adaptam o primeiro livro Åremorden: Offermakaren (Assassinatos de Åre: O Fazedor de Sacrifícios, em tradução livre), traduzido como Escondido na Neve, em que somos apresentados à personagem principal, Hanna Ahlander (Carla Sehn), e os dois últimos, o segundo livro Åremorden: Dalskuggan (Assassinatos de Åre: Sombra do Vale, em tradução livre), traduzido como Escondido nas Sombras, que dão sequência ao trabalho de Hanna e de seu parceiro, Daniel Lindskog (Kardo Razzazi).
A fim de dar um tempo dos acontecimentos recentes em sua vida (ser suspensa do trabalho em Estocolmo e ser abandonada pelo namorado), Hanna aceita passar alguns na casa da irmã em Åre, como se estivesse em algum tipo de retiro ou férias. No entanto, chegando lá, o desaparecimento de uma jovem, Amanda Halvorsen (Freddie Mosten-Jacob), faz com que ela se envolva na investigação. Apesar da resistência e da desconfiança, o investigador local, Daniel, aceita a ajuda de Hanna devido à falta de profissionais e de recursos na delegacia da cidade, que nunca tinha passado por algo assim antes. À medida em que vão trabalhando juntos, Daniel percebe o quanto Hanna foi injustiçada e que nem todo departamento policial escapa da corrupção interna.
Hanna é uma investigadora especializada em casos de violência doméstica, mas acaba tendo a sua carreira afetada, após ser afastada de seu cargo para ser submetida a uma investigação interna. Enquanto seu caso é apurado pelo RH da polícia de Estocolmo, Hanna se junta à equipe de Daniel para encontrar a jovem desaparecida e, posteriormente, o autor do crime. Apesar da premissa sobre a situação de Hanna, só vamos entender o que realmente aconteceu ao longo dos três primeiros episódios, que vão tratar do desaparecimento/assassinato de Amanda. Mesmo contando com a maior parte dos episódios, o caso de Amanda, na minha opinião, não foi muito explorado e eu senti que alguns detalhes não foram devidamente explorados, como por exemplo, a atuação da médica legista, Ylva Labba (Maxida Märak), e o sumiço da empresária Annika Risberg (Moa Gammel), responsável por desencadear a situação que irá culminar na morte de Amanda.
Enquanto o caso de Amanda deixou a desejar em alguns aspectos, os dois últimos episódios, que tratam do assassinato do ex-esquiador Johan Andersson (Viktor Åkerblom), para mim, foram os melhores da primeira temporada inteira, com direito a um plot twist muito bom. Nesse novo caso, vamos conhecendo melhor os personagens secundários, como os oficiais Raffe Herrera (Francisco Sobrado) e Anton Lundin (Charlie Gustafsson). Além disso, o relacionamento abusivo vivido por Rebecka (Amalia Holm) ajuda a criar ainda mais o clima de tensão necessário nesse tipo de série. Embora sejam apenas dois episódios, o assassinato de Johan foi muito melhor desenvolvido do que o primeiro caso. A falha em usar os conhecimentos da médica legista persistem, mas acaba sendo compensado pelo instinto de Hanna ao desconfiar que alguma coisa não estava certa no casamento de Rebecka.
Para quem curte séries policiais nessa temática noir, Os Assassinatos de Åre é uma ótima sugestão. Além disso, é uma excelente oportunidade para conhecer produções nórdicas que costumam explorar crimes em um cenário gélido e sombrio. O que dificulta a resolução dos crimes devido à neve, que acaba destruindo possíveis evidências, talvez por isso o laudo da autópsia não tenha sido relevante na série, em ambos os assassinatos. Os primeiros episódios funcionam como uma introdução dos personagens e do ritmo da história, mas são os dois últimos que melhor retratam a personalidade de Hanna e de Daniel. Além de trazer à tona a sexualidade de Anton e o lado família de Raffe. Um ponto positivo da série foi não forçar um romance entre os protagonistas, mesmo algumas cenas sugerindo essa possibilidade. Embora eu ache que as duas adaptações poderiam ter mais episódios, sobretudo, o caso de Amanda, o caso de Johan meio que supre essa necessidade por ser redondinho e não deixar pontas soltas. Recomendo. [Disponível na Netflix].
Nota: ⭐⭐⭐
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