Sevdaliza

Sevdaliza, nome artístico da cantora, compositora e produtora irani-holandesa, Sevda Alizadeh, nasceu em 1º de setembro de 1987, iniciando sua carreira como cantora em 2014, lançando seu primeiro álbum, Ison, apenas em 2017, incluindo a faixa "Bebin", no idioma persa. Mesclando diversas correntes do Pop, da Música Eletrônica e do Rhythm and Blues (R&B), Sevdaliza vem refinando seu trabalho ao longo dos anos, mostrando sua flexibilidade musical, transitando entre o Trip Hop e o Pop Experimental.

Em seu segundo álbum de estúdio, Shabrang (2020), a cantora traz em cena uma vertente mística ao pop, expondo sensibilidade e vulnerabilidade na composição de suas letras, expandindo, portanto, seu estilo musical. De origem iraniana, Sevdaliza não deixou em nenhum momento de exaltar elementos da sua cultura, conforme já visto em seu primeiro álbum, com a faixa "Bebin", cantada em persa, na qual faz um protesto contra a Ordem Executiva 13769, intitulada Proteger a Nação da Entrada de Terroristas Estrangeiros nos Estados Unidos, assinada pelo, então presidente dos EUA, Donald Trump, em 27 de janeiro de 2017.

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Shabrang Behzād (que significa "paleta de cores da noite"), na mitologia persa, era um cavalo de raça pura que pertencia ao herói Siyâvash, que representava a inocência na literatura iraniana. Inspirada nesse mito, Sevdaliza compôs as letras de seu segundo álbum, nas quais explorou os momentos obscuros pelos quais passou nos últimos anos. Além disso, a cantora chegou a declarar oficialmente que Shabrang é uma carta de amor e, ao mesmo tempo, o seu próprio livro sagrado.

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Para quem não sabe, Sevdaliza iniciou sua trajetória artística aqui no Brasil. Enquanto trabalhava com um grupo de capoeira, durante uma visita ao Rio de Janeiro, a cantora teve uma experiência epifânica, quando percebeu que o que mais gostava de fazer era estar em ritmo com um grupo de pessoas, indo atrás do que se precisa, ou seja, escutar música e escrever letras. Isso antes mesmo de saber qualquer coisa sobre essa arte. Sua ligação com o Brasil foi tão importante para a sua descoberta, que o single "Human" ganhou uma versão em português, como uma forma de agradecimento pelas experiências compartilhadas aqui.

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Eu me apaixonei pelo som da Sevdaliza assim que eu ouvi "Rhode", pela primeira vez. Ser uma artista independente não é um trabalho fácil e, para driblar a indústria da música, que não abre espaço para quase nenhum tipo de minoria, Sevda aprendeu a compor, a fazer os arranjos e a produzir suas canções sozinha. Por causa disso, ela criou o seu próprio selo, o Twisted Elegance, por onde lançou todos os seus álbuns. Além disso, Sevdaliza não se esquiva de abordar temas polêmicos em suas canções, retratando temas humanos e universais em suas letras, como abuso, narcisismo, paixão, morte e vícios.

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Minha Opinião: Eu sou extremamente suspeita para falar dessa artista incrível. Sevdaliza não é apenas mais uma mina do Pop querendo ser uma diva, ela tem consciência do seu local de fala, como mulher negra, iraniana e fora dos "padrões". Sua voz fala com as pessoas, suas letras expõem vulnerabilidades às quais qualquer um de nós pode estar sujeito. Sua voz aveludada ganha destaque através de seus vocais experimentais e ao estender as sílabas de uma palavra em alguns trechos musicais, o que acaba contrastando com seu tom de voz natural. Além disso, Sevda faz uso de declamações, mescla violinos e pianos etéreos com guitarras e baterias, tornando seu estilo super autêntico e impossível de ser esquecido. Não tem como não se apaixonar por essa deusa.

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