Mistress America (2015)

Um dos expoentes do cinema americano independente é o diretor Noah Baumbach. Quando resolvi assistir a Mistress America foi justamente pensando nisso e na parceria dele com a Greta Gerwig, repetindo a casadinha de Frances Ha. A minha aposta foi uma boa aposta intuitiva, Mistress America me fez dar boas risadas e eu adorei as personagens principais.


Título Original: Mistress America
Direção: Noah Baumbach
Roteiro: Noah Baumbach; Greta Gerwig
País de Origem: EUA/ Brasil
Gênero: Comédia
Duração: 84 min
Ano de Lançamento: 2015

Em Mistress America, Tracy (Lola Birke) é uma jovem estudante universitária que está enfrentando o seu primeiro ano no curso de Letras. Sua pretensão é ser escritora e a curto prazo, gostaria de fazer parte do grupo da valise, tendo um de seus contos publicados na revista do grupo seleto da universidade. Às vésperas do casamento de sua mãe com um cara que ela conheceu pela internet, Tracy descobre que terá uma meia-irmã mais velha do que ela pelo menos 10 anos.



Quando Tracy conhece Brooke (Greta Gerwig) reconhece nela alguém que exerce forte influência nas suas decisões. Por não ter alguém assim na sua vida, Brooke acaba preenchendo esse vazio que Tracy tem. Além de preencher essa carência que Tracy tem, Brooke serve de modelo para a criação do conto que ela acredita que irá arrebatar a atenção de seus colegas universitários. Entretanto, a Brooke do conto "Mistress America" não é descrita de forma tão lisonjeira. A crueza com que Tracy descreve a Brooke do conto funcionará como uma bomba implodindo a relação das duas irmãs.



Mas tudo isso só toma grandes proporções depois que Brooke decide pedir a ajuda de Mamie-Claire (Heather Lind), num tipo de trégua amistosa, para dar continuidade ao projeto de abrir seu restaurante. Mas para fazer isso, Brooke tem que superar seu trauma, pois segundo ela, Mamie-Claire não só roubou a sua próspera ideia de estampas para camisas como também seu ex-noivo, Dylan (Michael Chernus). Abalada emocionalmente e ansiosa por enfrentar alguns fantasmas do passado, ao descobrir o conto de Tracy, Brooke fica extremamente furiosa.



Longe da universidade e longe de casa, Tracy e Brooke enfrentam a primeira briga num lugar estranho. Longe do ninho, literalmente. Nesse ambiente estranho, temos como espectadores o vizinho bisbilhoteiro de Mamie-Claire, Harold (Dean Wareham); a amiga gestante de Mamie-Claire, Karen (Cindy Cheung); o amigo de Tracy, Tony (Matthew Shear) e a sua namorada extremamente ciumenta, Nicolette (Jasmine Cephas Jones). Esse ambiente recheado de espectadores gera uma tensão muito grande nas duas protagonistas e por fim o desfecho nada amistoso da relação entre as duas.



Mistress America tem diálogos certeiros, assinados pela Greta Gerwig, e à medida que vai chegando ao final, o filme vai assumindo um gosto amargo, melancólico. Mas é isso que nos faz perceber a marca registrada do Noah Baumbach. Não existe nada tão sólido que não possa desmanchar no ar. É um filme espontâneo, sincero, sensível. Os personagens são inquietos, mas a forma como Baumbach os harmoniza é muito interessante e satisfatória. Muito bom filme. Recomendo.

Nota: ⭐⭐⭐⭐

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