Dessa vez, resolvi falar de um filme nacional que eu gosto muito. Apesar de ser um filme praticamente protagonizado por duas pessoas, a história é bem interessante e os diálogos são muito bem trabalhados. Uma pérola do nosso cinema atual. [Pode conter spoiler]
Título Original: Apenas o Fim
Direção/ Roteiro: Matheus Souza
País de Origem: Brasil
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 80 min
Ano de Lançamento: 2008
O enredo do filme é bem simples, a garota (Érika Mader) procura o namorado na faculdade para avisar que pretende fugir de casa e recomeçar a vida em outro lugar. Antônio (Gregório Duvivier) tenta convencê-la do contrário, mas sem sucesso. A garota já está com a viagem marcada, então, os dois concordam em passar a próxima hora juntos, relembrando dos bons e maus momentos do passado e imaginando o futuro.
Em primeiro lugar, a personagem da Érika Mader não tem nome. Curiosamente, Antônio ou Tom é aluno do curso de cinema. Percebe-se aí, além das diversas referências à cultura pop que permeiam o filme inteiro, que a namorada é para Tom a idealização do ser perfeito em sua vida, mas essa imagem de perfeição se desmorona quando ela decide repentinamente ir embora para longe e sem a menor pretensão de dizer para onde vai.
Apenas o Fim é um filme que reúne toda uma gama de cultura pop que influenciou e influencia a juventude retratada no filme. Nos momentos em que Tom e a namorada rememoram os momentos que viveram juntos, há uma discussão sem fim sobre os diversos elementos que compõem a cultura pop e de que forma esses elementos estão ligados à vida do casal. Esses elementos aparecem no filme em forma de pôsteres, miniaturas e/ou brinquedos que Tom coleciona.
Entretanto, o filme traz uma outra discussão além de mostrar uma nova cara da juventude brasileira, valendo salientar que dentro dessa nova cara da juventude brasileira também se encaixa o diretor e roteirista do filme, o Matheus Souza, por ser um diretor bastante jovem fazendo cinema. A outra discussão que o filme traz é a idealização romântica. O acreditar que se tem uma pessoa perfeita e que tudo está indo bem quando, na verdade, nem tudo está indo tão bem assim.
É bastante nítido como Tom é a parte mais emotiva e menos "evoluída", digamos assim, do casal. A namorada é mais racional, pois é ela quem decide acabar tudo e ir embora. Ela não está indo embora para ficar longe de Tom, mas longe de tudo. Seu desejo é recomeçar sua vida do zero. E isso não inclui Antônio. Sendo assim, só resta superar o desfecho do relacionamento. E cabe a Tom lidar com tudo isso da melhor forma possível ou não. Ou seja, ele tem que superar a sua fragilidade e cair na real, pois embora ele tente entender os motivos de ela querer ir embora, só ele não consegue ver que tudo era apenas uma idealização de sua cabeça.
O filme é bastante interessante, sobretudo, por trazer diversas referências à cultura pop, e quem viveu nos anos 90 vai embarcar numa viagem super nostálgica. O personagem Tom pode ser interpretado como um possível alter ego do Matheus Souza, talvez por isso, ele tenha um nome, diferente da efêmera namorada, que logo tem que partir e Tom terá que permanecer no Rio de Janeiro e viver a sua vida. Um filme sobre fins e inícios. Muito bom. Recomendo.
Nota: ⭐⭐⭐⭐
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