Sabe quando você espera para ver aquele filme por causa dos atores, do diretor e da roteirista, porque na sua cabeça essa combinação tinha tudo para dar certo? Pois é... meu caso de amor com esse filme começou quando eu soube que era a Meryl Streep que protagonizaria uma cantora de rock de meia-idade e tudo o que eu pensava é que seria foda. Mas aí você assiste e descobre que algumas coisas eram apenas empolgação da sua parte. [Contém spoilers]
Título Original: Ricki and the Flash
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Diablo Cody
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia, Drama, Musical
Duração: 101 min
Ano de Lançamento: 2015
Ricki (Meryl Streep) é uma roqueira de meia-idade que largou tudo na vida para seguir com a sua carreira de cantora. Apesar de largar tudo pela carreira, o sucesso não foi exitoso e Ricki acaba tendo que voltar para casa por causa de sua filha, Julie (Mamie Gummer), que tentou suicídio após o término do casamento. No entanto, sua relação com os filhos e o ex-marido não é a melhor de todas e Ricki precisa aprender a lidar com os filhos e com a situação inusitada que tem pela frente.
Só pelo fato de ter a Meryl Streep no filme, você já acha que tudo daria certo. E de fato, a Meryl fez muito bem o seu papel, ela atuou conforme o seu estilo, entretanto, o roteiro e o enredo da história é que não trouxeram nada de novo. Foi um tiro no escuro que não acertou em nada. O roteiro do filme é bem clichê, não traz questionamentos nem situações que poderiam ser bem trabalhadas, como por exemplo, a Ricki ter escolhido a carreira a uma vida de dona de casa, mas dessa vez, o filme não saiu do lugar comum.
Quando você assiste ao filme Juno e compara com esse, você se sente muito injustiçado. A Diablo Cody poderia ser capaz de fazer algo melhor do que uma história clichê como essa. Ela poderia, mas não fez. Minha sensação ao ver esse filme foi de profunda decepção. Até certo ponto é culpa minha, pelas expectativas que criei, mas por outro, o filme de fato fez muita propaganda sobre si, mas no final, mostrou-se ser mais um filme daqueles que você assiste na Sessão da Tarde (e não desmerecendo os filmes da Sessão da Tarde, porque já vi muitos bons filmes, mas esse está de parabéns).
Ricki volta para casa e tem que lidar com a filha depressiva com cara de poucos amigos e com os outros dois filhos: um que sente vergonha dela e o outro que a odeia. O ex-marido, Pete (Kevin Kline), é o típico marido comandado pela atual esposa. Ainda nesse balanço todo, temos o personagem Greg (Rick Springfield) que seria o namorado de Ricki que é deixado para trás como se não fosse bem-vindo para conhecer a família da namorada.
O que mais me decepcionou além de o filme não trazer nada de novo, de não passar de um filme comum desses de Sessão da Tarde, foi o fato de muita coisa ficar em aberto. Ricki volta para casa para ajudar a filha a superar o fim do relacionamento, mas o sofrimento da Julie não é aprofundado e ela acaba superando tudo magicamente. Além disso, não existe uma relação da Ricki com a sua banda e pouco do seu relacionamento com Greg é desenvolvido. A relação com os outros dois filhos também mal aparece no filme. Ou seja, o filme acaba sendo uma enganação, porque no final, você sente como se a Ricki não precisasse ter que ir para casa. Sua ida foi desnecessária.
O filme poderia ser muito melhor. Os momentos cômicos que quebravam os melodramas (que foram sabiamente evitados) estavam bem equilibrados. Mas não havia necessidade dos musicais no filme se não tinha uma imagem concreta da banda com a Ricki. O título surge mais como "se fosse apenas Ricki não daria certo", mas se o título é Ricki and the Flash, cadê o The Flash? Eu gostaria muito que o filme não tivesse se desvirtuado da ideia do título, ou ao menos eu acho que em algum momento tenha existido isso. Senti-me enganada, pois eu esperava um filme para curtir e não um simples filme para me entreter à la Malhação. Não é um filme ruim, mas poderia ser melhor em vários aspectos, o que infelizmente, não aconteceu.
Nota: ⭐⭐⭐
Comentários
Postar um comentário