Eu vi esse filme há um tempinho atrás e tinha esquecido dele completamente, até que procurando em algumas coisas "antigas" encontrei algo anotado sobre ele e resolvi ver o trailer para me lembrar sobre o que esse filme falava. Então, só avisando de antemão, esse filme pode ser meio indigesto para alguns e antes de mais nada, também aviso que alguns comentários podem conter spoilers.
Título Original: The Ballad of Jack and Rose
Direção/ Roteiro: Rebecca Miller
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Duração: 112 min
Ano de Lançamento: 2005
O filme conta a história de Jack (Daniel Day-Lewis) e de sua filha adolescente, Rose (Camilla Belle). Ambos vivem sozinhos numa antiga comunidade riponga abandonada, cercados por água e vegetação. Uma quase personificação d'A Lagoa Azul. Entretanto, a vida pacata e totalmente idealizada que Jack construiu para Rose parece ter seus dias contados e para piorar tudo, numa tentativa ainda mais desesperada, Jack toma uma decisão que desencadeará diversas reviravoltas na vida de Rose e na dele.
Tentando ser mais objetiva e tentando evitar spoilers desnecessários, Jack é um engenheiro que na década de 60 se aventurou em participar de uma comunidade alternativa numa ilha isolada da costa leste estadunidense. No início, a comunidade era bastante próspera e todos comungavam dos mesmos ideais de liberdade e harmonia com a natureza. No entanto, aos poucos e com o passar dos anos, os antigos membros foram migrando da ilha para a cidade, entretanto, Jack permaneceu lá e criou a filha sob esses mesmos ideais, numa excessiva redoma de cuidados e proteção.
Da mesma forma que o tempo passa, o idílio também acaba chegando ao fim. Ciente de sua grave enfermidade, Jack se depara com uma nova situação, ele pode morrer e Rose não está preparada para lidar com o mundo sem ele. E agora? Enquanto ele se preocupa com o futuro da filha, Rose se preocupa com a possibilidade de o pai não ter um. Assombrado com a ideia de deixá-la sozinha à mercê da sorte e do destino, Jack decide trazer para a ilha, a sua "namorada ocasional", Kathleen (Catherine Keener).
A chegada de Kathleen, de mala e cuia, literalmente, desperta em Rose uma grande revolta, pois ela se sente traída pelo pai. E vê seu mundo ser invadido por estranhos. Não só por uma mulher estranha que partilha a vida ao lado de seu pai de quem só ela tinha toda a atenção, mas também por dois pseudo-irmãos que começam a circular pela casa. A tentativa de formar um ambiente familiar para Rose chega de forma tardia e faz com que a menina queira se vingar da traição do pai. A chegada de Kathlenn e dos filhos é o estopim para que se instaure o caos no seio da relação entre pai e filha.
Veja bem, Jack e Rose viveram sozinhos na ilha durante os 16 anos de Rose. O único contato de Rose com o mundo lá fora era com o jardineiro que periodicamente entregava flores na ilha. Todo o mundo de Rose era ao lado do pai e toda a atenção dele era para ela. Vale salientar ainda que Jack se sente atraído pela filha e com receio de que qualquer coisa acontecesse, antes que os limites da família e da sexualidade fossem tênues e se perdessem, ele decide trazer Kathleen, para evitar cometer um incesto com a filha, e isso de forma alguma diminui seu impulso por desejar Rose.
Como forma de atingir o pai, Rose arrisca suas investidas sexuais em tentar seduzir as únicas figuras masculinas além do pai: o jardineiro Gray (Jason Lee) e os filhos de Kathleen, Rodney (Ryan McDonald) e Thaddius (Paul Dano). Obviamente, o caos instituído não só atinge pai e filha, como também Kathleen. Alguma coisa está errada. No começo, era compreensível Rose não aceitar a figura de uma desconhecida, mas à medida que ela tenta atingir o pai, as cortinas vão caindo e o real problema vai surgindo.
O mundo de Jack e Rose é um filme muito forte, que traz um argumento interessante mesclando tudo num universo alternativo, em que o mundo necessita ser sustentável. Li por aí algumas resenhas na época em que vi o filme e muitos elogiavam a ousadia do tema e outros achavam muito superficial a relação dos atores Daniel e Camilla. De qualquer forma, para mim foi um filme que me emocionou bastante. Os dilemas pelos quais o ser humano tem que passar, as decisões que devem ser tomadas... a fragilidade das relações humanas e a ideia de finitude, tudo isso fez com que Jack e Rose fossem mais vítimas das circunstâncias do que protagonistas de suas histórias. Sem mais delongas, recomendo muito.
Nota: ⭐⭐⭐⭐
Acabei de ler a sua publicação e o filme me pareceu interessante. Sabe onde posso assistir?
ResponderExcluirO filme aparece no catálogo do Amazon Prime.
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