Clube dos Cinco (1985)

Sabe aquele filme que sempre passou na Sessão da Tarde mas que por incrível que pareça você nunca viu? Pois é... diferentemente de A Lagoa Azul, eu não tinha visto ainda Clube dos Cinco. Aliás, muitos filmes da Sessão da Tarde passaram despercebidos por mim e apesar de algumas piadas sobre os filmes que passam na Sessão da Tarde, Clube dos Cinco é uma das várias pérolas dos filmes adolescentes dos anos 80 que passavam na TV.


Título Original: The Breakfast Club
Direção/ Roteiro: John Hughes
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia Dramática
Duração: 97 min
Ano de Lançamento: 1985

Clube dos Cinco é um filme inteiramente rodado dentro de um único cenário: a biblioteca da escola. Apesar de algumas poucas cenas no corredor, no ginásio ou na sala dos professores, o filme inteiro se passa numa biblioteca. O mais curioso do filme é que isso é apenas um mero detalhe, você percebe sem perceber. Além do mais, uma biblioteca como aquela eu bem que gostaria de ter tido uma assim na minha escola. Um ponto curioso desse filme, o que na minha opinião é um ponto a mais, foi a escolha dos atores e a liberdade que eles tiveram em algumas cenas: fazendo improvisos que foram muito bons. O que contribuiu muito para que o entrosamento entre os cinco alunos totalmente diferentes um do outro não parecesse forçado.

O filme fala de cinco alunos que por algum motivo tiveram que ficar na detenção em pleno sábado e tendo que escrever uma redação de mil palavras sobre o que eles achavam de si mesmos. Todos eles representam um estereótipo de alunos das escolas dos Estados Unidos: a patricinha, o atleta (ambos bastante populares), o nerd, a esquisita e o delinquente. Na narrativa do filme, esses personagens parecem, inicialmente, apenas personagens-tipo, ou seja, apresentam apenas o estereótipo de algo. Mas à medida que o filme vai passando, cada personagem vai sendo aprofundado e aos poucos vamos percebendo que o estereótipo que eles representam é apenas a camada mais superficial deles.

Os cinco estranhos entre si vão descobrindo que têm mais coisas em comum do que imaginavam. Apesar de integrarem grupos sociais extremamente distintos, todos eles têm problemas com os pais, todos eles sofrem algum tipo de pressão, todos eles de alguma forma são carentes. A descoberta de não serem os únicos faz com que surja um dos questionamentos mais incríveis do filme: e na segunda-feira, como vai ser? Iremos nos falar? O questionamento, parte de Brian, o cérebro (Anthony Michael Hall). Andrew, o atleta (Emilio Estevez) é o primeiro a dizer que Sim, falaria com ele normalmente, afinal, eram amigos. Mas quem quebra com esse conto de fadas é Claire, a princesinha (Molly Ringwald), dizendo que Não, que quando estivesse na frente dos amigos tudo seria como sempre fora. Para mim, esse questionamento foi muito pertinente e também extremamente forte.



Todos os cinco nunca interagiram entre si antes. Mas num sábado de detenção não só se conhecem, como passam a saber de segredos que nem os melhores amigos deles saberiam. O delinquente da escola, John Bender (Judd Nelson) e a esquisitona, Allison Reynolds (Ally Sheedy) também têm seus grupos de amigos, embora a Allison afirme não ter amigos, mas todos os demais fazem parte de algum grupo. Entretanto, quanto mais populares, maior a pressão para que eles não se "misturem" com outros grupos (é preciso manter o status quo). E essa realidade trazida por Claire evidencia como funcionam os grupos/tribos adolescentes dentro das escolas estadunidenses.

O filme é um clássico dos anos 80. Uma pérola dirigida pelo John Hughes, famoso por roteirizar/dirigir filmes que todo mundo conhece, como Esqueceram de Mim, Curtindo a Vida Adoidado, Férias Frustradas dentre vários outros. Mas para mim, o que faz Clube dos Cinco ser um dos melhores filmes para toda a vida, é justamente mostrar o que acontece com cinco pessoas que nunca conversaram antes na vida quando elas ficam confinadas numa sala todas juntas durante 12 horas. O que surge dessa situação é muito interessante. E mais, a amizade que eles constroem mesmo num tempo tão curto é a amizade mais sincera que todos eles já tiveram na vida. Um filme ótimo. Um dos meus preferidos. Recomendo.

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Comentários